Rakus fez e aplicou um unguento

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Rakus é um orangotango da Sumatra. É nosso primo com quem temos ascendentes comuns há 13 milhões de anos. Meteu-se numa zaragata e ficou com um ferimento na cara.

Rakus com um ferimento na cara.
(Fonte: BBC)

Para curar este ferimento procurou uma planta que lá se chama Akar Kuning (Fibraurea tinctoria). Uma planta com conhecidas propriedades antibacteriais, anti-inflamatorias, anti-fungícas e antioxidantes. Uma planta que não faz parte da dieta comum dos orangotangos. Mascou umas folhas fazendo uma pasta e aplicou-a na ferida. Ingeriu também algumas folhas. Passados cinco dias a ferida já tinha fechado e um mês depois estava completamente sarada.

Rakus com a ferida sarada.
(Fonte: BBC)

Esta história foi contada esta semana num artigo da revista Nature.1 Foi a primeira vez que a confeção e aplicação de um medicamento foi vista por qualquer animal que não fosse um humano ou um chimpazé.

O nosso primo Rakus já se safou desta. Mas este seu comportamento deixa muitas perguntas no ar. Como é que ele sabia que devia usar a Akar Kuning? Será que algum parente mais próximo lhe passou este conhecimento? Se sim, há quanto tempo está este conhecimento na comunidade de orangotangos da Sumatra? Obrigado Rakus por nos abrires estes novos horizontes.

  1. Laumer et al (2024) Active self-treatment of a facial wound with a biologically active plant by a male Sumatran orangutan. Nature ↩︎

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